O encontro de Obama com Raul Castro

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Com direito a execução do hino dos EUA, Barack Obama foi recebido por Raul Castro nesta manhã de 21 de março. Foi a primeira visita de um presidente norte-americano a Cuba em 88 anos.

E não parece ter sido uma visita meramente protocolar.

Ao menos, não é assim que se qualifica um encontro onde o visitante exige – vejam bem: exige – que tirem uma foto sua diante da efígie de Che Guevara desenhada em um prédio de Havana.

E Obama não ficou só nisso: fez um discurso saudando a José Martí, heroi nacional cubano: “É uma grande honra render tributo a José Martí, que deu sua vida pela independência de seu país. Sua paixão pela liberdade e a autodeterminação se mantém viva no povo cubano”.

A saudação de Obama seguramente não é ingênua: Martí, em seu ensaio “Nuestra América”, critica com vigor o monopólio do uso da expressão “América” pelos norte-americanos, identificando-a com tendências imperialistas. Cunhou ali a expressão “el tigre de afuera” (o tigre de fora”) para se referir ao país de Obama.

O tigre, pelo que parece, está mais manso. Ou mais esperto.

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