Violência contra a natureza em Canoas

Feriadão de Ano Novo. Grande parcela da população na orla marítima e os integrantes desse Blog permaneceram, por opção, na cidade que os viu nascer. A quietude da cidade e a calmaria reinante tornaram Canoas um lugar agradável para se estar apesar do calor  que  atenta contra a dignidade humana. Com a temperatura que tem feito por aqui  parece não sobrar  espaço para cultivo dos príncípios que sustentam a civilização.

No entanto, não foi o calor que inspirou a perpetração de um verdadeiro atentado contra a cidade como testemunhamos na tarde desse domingo, ao realizarmos um prosaico passeio pelas desertas ruas de nossa Canoas. Nosso  espírito ainda contagiado pelos bons votos recebidos pela passagem de ano   foi abalado pela estúpida cena que presenciamos na rua Dr. Barcelos, centro da cidade. Em pleno domingo, uma equipe armada com motosserras realizava derrubada de árvores nativas em terreno situado na esquina com a rua Pedro Hilgert. O local integra uma região que outrora era constituída por chácaras de lazer para famílias abastadas da capital e hoje ainda conserva arborização original , constituindo-se em local muito bonito e aprazível.  Esse predicado instiga a sanha daqueles que veem a região apenas como fonte para auferirem mais dinheiro do que poderão levar consigo no futuro. Belo  e aprazível local? Então vamos tratar de aproveitar, mesmo que nosso agir destrua a beleza e a vida que nele existem.

Impressionante como tem coisas que nunca mudam. A falta de respeito com a natureza é uma delas e a agressividade dos  agentes agressores também. Ante o fato de estarmos fotogrando a matança de espécimes  nativos os responsáveis gritaram enfurecidos: “fotografa  a licença também!”, em alusão a suposta autorização para a prática da derrubada.  E fomos informados que a derrubada está ocorrendo desde o início do feriadão, com previsão de prosseguimento durante a semana.

Impressionante como tem coisas que nunca mudam.

Vista da esquina com a Pedro Hilgert

O portão do parque

O Parque Municipal Getúlio Vargas em Canoas /RS é um dos locais  destinatário de meu afeto. Amo o parque e sempre me revigorei caminhando por ali, sentindo o arzinho frio de fim de tarde nos dias amenos e a refrescante sensação provocada pelas árvores amigas nos quase intoleráveis dias de verão. Gosto da sensação de estar longe do burburinho urbano sabendo que estou perto das vantagens que ele proporciona. A sensação de informalidade de subir o pequeno barranco  e entrar no parque já na pista de caminhada , pelo portãozinho lateral, sempre me foi prazeirosa. Fazia parte do “ritual” de fim de tarde. E sei perfeitamente que esse gostar não  é exclusividade minha.  A crescente frequência do parque demonstra isso.

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Esse prazer foi quebrado no final de 2008 quando o parque foi cercado e o portãozinho fechado  pelo medonho muro, sob o argumento de aumentar a segurança dos moradores do residencial ao lado.  Como se resistentes cercas de arame e portão fechado à noite não resolvessem o problema de segurança de forma tão ou mais eficiente do que um muro que pode ser  facilmente transposto por jovens com corpos leves.E cerca de arame não impediria a visão de quem circula pelo parque e/ou pelo residencial.

A harmonia foi quebrada. Parque de um lado e “gueto” de outro,  assim ficamos.Imperando esse raciocínio segrecionista  não existirão muros de concreto suficientes para atender a demanda. Mas essa é outra discussão. Quanto ao meu/nosso parque, ele foi brutalmente atingido pelo muro. A magia foi quebrada, a beleza diminuida e , além disso, o acesso dificultado.

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Quando aqui postávamos e exaltávamos o parque esquecemos os poetas e seus alertas. Enfocávamos o parque Getúlio Vargas belo  como ele era, imaginando que ele assim permaneceria. No entanto, passando por ali nesses dias me vinha à cabeça o que nos legaram a genialidade de autores do cancioneiro brasileiro.

Disse Cássia Eller :

“Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre
Sempre acaba…”

Disse Lulu Santos:

“Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará”

ou Chico

“Quem não a conhece  não pode mais ver pra crer e quem jamais a esquece não pode reconhecer.”

Passou. Aquela integração, aquele despojamento no limite certo faz parte do passado, com a presença do concreto do medonho muro.

A caminhada no parque visava o prazer e agora ele fora embora, ficando apenas saudosas recordações e, porque não dizer: irritação. Então, fiz o que aconselho fazer nessas circunstãncias: abandonei o local que provocava esses nocivos  sentimentos.

Porém, nesse dia dedicado às mães, espírito elevado, saudade de uma senhora de cabelos brancos e riso franco amenizada pelo afeto que me cerca,  resolvi vencer a preguiça matinal e fazer uma caminhada.  Ao passar pelo parque olhei para onde existia o velho e amigo portãozinho que nos conduzia para dentro da pista de caminhada, a chamada pista pequena e…

ELE VOLTOU!

Com um novo visual, com um velho cadeado o mantendo fechado, mas na essência ele voltou, sinalizando a possibilidade de ser aberto novamente.fotos novas 001

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Falta só que seja aberto o cadeado que o mantém fechado.As “simpáticas” guardas do parque nada souberam informar. Vamos aguardar para que seja divulgado os horários de abertura e fechamento, porque não seria lícito imaginar que um portão fosse ser ali colocado  para não ser aberto.

Villa Mimosa – Cidade dos Tocos ataca novamente em Canoas

Érico Veríssimo em seu Um lugar ao Sol , publicado em 1936,refere-se a Canoas/RS da seguinte maneira:

“Clarissa saia todas as manhãs às sete para tomar o ônibus que a levava a Canoas.Já começava a gostar dos alunos. Canoas  era bonita, com suas vivendas no meio de jardins verdes e floridos. Ouvia-se o canto dos passarinhos. Um silêncio fresco envolvia as casas, árvores e as criaturas.”

A cidade, cuja emancipação política ocorreu em 1939, era um sítio de veraneio para as famílias abastadas de Porto Alegre. Como resquício desse tempo, sobraram as  construções  ao longo dos antigos trilhos do trem  no centro da cidade e arborização das ruas adjacentes.

Uma dessas edificações  é a chamada  Villa Mimosa, com arquitetura  apresentando características do neoclássico, construída em 1904, que  serviu de moradia Victor Hugo Ludwig ,um conceituado médico da cidade e sua família, até o ano de 1999.

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villa-chale-pestA Villa Mimosa à direita e à esquerda o complexo do Pestalozzi também ricamente arborizado,  formando um quarteirão verde que constitue um dos raros pontos bonitos da av. Guilherme Schell, extremamente desprovida de beleza, sendo quase ofensiva ao mínimo senso estético.

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ulbra-043Villa Mimosa vista da Vitor Barreto através do muro dos trilhos

É uma linda construção cercada por árvores centenárias. O local ameniza  o  impacto visual , a  imensa feiura provocada pela linha do trensurb que corre em frente.No interior da Villa resiste o  silência fresco que outrora Veríssimo proclamava envolver as casas, as árvores e as criaturas  e atualmente está cada vez mais envolto nas brumas do passado da cidade que já foi chamada de bonita.

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Ficaremos inertes ante ameaça de corte dessas árvores ?

Pois bem. A Cidade dos Tocos ataca novamente. Na cidade onde impera uma lógica imediatista e mercantilista, a Villa Mimosa está prestes a servir de local para construção de empreendimento imobiliário. E pretendem cortar as árvores que circundam a construção para edificação de prédio no local.

Que a esperança de novos rumos em Canoas não  seja abalada e não ocorra a permissão da administração municipal para este atentado que a ganância está perpetrando contra os interesses maiores da cidade.

ATO DE ALERTA NO CALÇADÃO DE CANOAS

O  Projeto Arroio Araçá convida os interessados na preservação do meio ambiente em Canoas/RS para que participem amanhã , sexta-feira -12/12,das 13:00h às 18:00h e sábado 13/12- das 09:00h às 12:00h de  ATO DE ALERTA no Calçadão de Canoas. O objetivo é alertar sobre as condições ambientais da cidade e  em prol da adoção urgente de políticas públicas concretas e eficazes para preservação do que ainda resta.

Segundo os organizadores “O Arroio Araçá é o símbolo dessa luta, pois nasce na Fazenda Guajuviras e sofreu com o desmatamento da área,atravessa a cidade recebendo nosso esgotoe sua foz é no Arroio das Garças,onde a poucos metros acima se encontra o ponto de coleta d´água da CORSAN.”

A inércia permitiu que a situação ficasse como está atualmente, então é hora de tentar reverter o quadro de degradação ambiental da cidade.

Canoas- devastação ideológica?

A cidade de Canoas/RS teve, especialmente nos últimos anos, imensos prejuízos ambientais face ao descaso da administração municipal com a natureza. Cortes indiscriminados feitos por particulares ou pela pela própria municipalidade nos levaram a denominar Canoas de Cidade dos Tocos. Registramos por aqui várias agressões ao meio ambiente.

A eleição de novo grupo político para administrar a cidade nos enche de esperanças de que este quadro seja modificado. No entanto, os atuais administradores públicos de Canoas resolveram aproveitar o tempo que ainda lhes resta para  utilizar o poder político com o fim de contribuir   para a degradação ambiental da cidade.

Agredir ao meio ambiente parece ser uma uma questão de honra para os administradores municipais de Canoas.

Jurandir Maciel participa de chat no clicRbs

Em conversa realizado no clicRBS o candidato a prefeito de Canoas/RS pelo PTB, Jurandir Maciel, respondeu a perguntas dos internautas sobre seus projetos de governo. A integrante do do Blog Perspectiva,  Miss LouLou participou do encontro e não obteve resposta do candidato para nenhuma de suas quatro perguntas. Reproduzimos aqui as perguntas.

Pergunta 1:

Jurandir, não agüento mais o corte de árvores em Canoas, realizado pela administração que participaste. Tens algum projeto para o plantio de mudas como foi feito em Porto Alegre?

Jurandir: A pergunta não foi respondida

Pergunta dois:

O muro no Parque Getúlio Vargas gerou insatisfação de grande parte da população canoense. Qual sua opinião acerca do assunto?

Jurandir: A pergunta não foi respondida.

A mesma temática foi alvo de questionamento por outro participante do chat, de nome Fernando, que colocou a pergunta nos seguintes termos:

“Candidato, o Sr. vai manter o Muro que cerca o parque Getulio Vargas, tendo em vsita que foi sua administração que colocou?”

Jurandir: A administração não é minha. A colocação do muro não foi uma decisão minha como vice-prefeito. Fui contra o muro desde o começo. Eleito prefeito, vou procurar cercar com tela que dê condições de integração do parque com a comunidade acabando com este muro.

Pergunta três:

A zona central está muito abandonada e sem verde. Tem planos para ‘esverdear’ o centro?

Jurandir: A pergunta não foi respondida

Pergunta quatro:

Coleta seletiva. Uma vez por semana . Isso é pouco, temos de ficar com o lixo toda semana se quisermos ajudar a natureza. Vai mudar?

Jurandir: A pergunta não foi respondida

Antes do muro

Hoje, no dia 06 de outubro de 2008, fomos ao Parque Municipal Getúlio Vargas, em Canoas-RS fotografar a pista de caminhadas com a perspectiva que deixará de existir nos próximos dias. Atualmente os caminhantes desfrutam da vista integrada do verde do parque com o do residencial ao lado, que a grade de arame existente não consegue obstruir. No entanto, como conservar esta grade em condições parece ser uma tarefa mais difícil do que colocar concreto na divisa do parque com a via pública, avança inexoravelmente o medonho muro que irá acabar de vez com a beleza existente no local.

Ficam as imagens do que tinhamos até hoje. Um lugar belo e aprazível para a prática de exercícios físicos. Na triste e degradada Canoas isso não podia durar. A partir dos próximos dias o muro segregador quebrará a harmonia do lugar.

.Parque /bairro

Parque/bairro

bairro/parque

Muros

Por de sol no lago

Muros

Entrada do parque antes da colocação dos muros

Uma característica dos tempos atuais no Brasil é a reivindicação das comunidades pelo cercamento de áreas verdes. Em todas elas percebe-se que a motivação é sempre a mesma: segurança. É assim no parque Municipal Getúlio Vargas em Canoas/RS e tem sido esse o argumento dos que pedem o cercamento do parque Farroupilha, a popular Redenção, em Porto Alegre.

No parque Getúlio Vargas está sendo substituída a tela que separava o local do loteamento Jardim do Lago por um muro semelhante ao que existe no Trensurb. A tela nunca teve manutenção e por isso estava quase que totalmente destruída, possibilitando transito entre o parque e o loteamento. Além da tela existiam duas entradas com portões, que tinham previsão de fechamento ao anoitecer. Isso quando existiam, pois o descaso dos últimos anos ocasionou que apenas ficassem as entradas, sem portões.

A comunidade que reside no Jardim do Lago solicitou, através de um abaixo assinado, com 80 assinaturas, que fosse efetivado o muramento. E assim está sendo feito. A partir de agora não haverá a mínima possibilidade de acesso ao parque através do loteamento. Todo o local será murado. A cena acima nunca mais irá se repetir. Moradores que gostam de frequentar o parque e tinham a comodidade de acessar a pista pelas entradas laterais terão de sair e ingressar pela entrada principal face a decisão de muramento.

Esses são os fatos. A vontade manifesta e assinada de alguns (80) afeta toda uma comunidade.Mas seria simplista e altamente injusto responsabilizar-se os oitenta moradores do loteamento pela decisão segregadora. Os moradores , com seu pedido escancararam que sua motivação era apenas uma: medo. O mesmo medo de todos nós ante a violência crescente. Os moradores não conhecem estratégias de segurança, porque não tem obrigação de conhecer. Apenas tem medo de ser alvo da violência e consideravam que o acesso para o parque facilitava a vida dos mal intencionados. No entanto, segurança pública é uma questão de estratégia e se os moradores não tem obrigação de saber disso aqueles que se propõe a gerir a coisa pública evidentemente tem.

Não é possível passarmos a murar tudo por medo da violência. O gestor público tem de proporcionar segurança, independente de muros. Telas conservadas e guardas circulando com portão de acesso fechado à noite não aumentaria a insegurança do local, pelo contrário, proporcionaria segurança efetiva com custo baixo  tanto para os usuários do parque como para os moradores.

O muro não irá proporcionar segurança a quem está dentro do parque escondido atrás dele. Se atualmente, com possibilidade de fuga pelos portões laterais tem momentos em que é altamente perigoso permanecer na pista, eis que não são protegidas por seguranças, imagine-se quando os muros isolarem os caminhantes. O administrador com sensibilidade e sem a ansia de dispender milhares de reais em concreto providenciaria que existisse policiamento dentro do parque, com conserto da grade e fechamento dos portões ao anoitecer, para segurança dos moradores vizinhos e dos frequentadores. Mas parece que o caminho da contratação de obra é mais fácil.Parece que para tudo é necessário uso de milhares de reais. E ao invés da visão harmoniosa do verde o lamentável aspecto do concreto de milhares de reais.

Temos que suportar mais um muro nessa triste cidade. Ao muro do Trensurb que a divide juntamente com a BR 116 agrega-se o muro do parque. Parque que era orgulho de todos nós e que tem sido constantemente alvo de ataques por aqueles que teriam obrigação de preservá-lo.

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Divisão da cidade – BR 116 e seu muro

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Mesmo local da primeira foto, agora com os muros

Cidade dos Tocos- A matança continua

Impressionante constatar como são aparentemente insaciáveis os predadores da natureza. Odeiam árvores, simplesmente odeiam.Nesse Dia da Terra infelizmente temos que registrar fatos que evidenciam não existir motivo algum para comemoração em Canoas/RS, A Cidade dos Tocos por excelência.

Na rua Irmão Fernando Anatoli cortaram um pé de goiabeira que estava dando frutos. Um belo dia apareceu cortada a goiabeira. Simples assim.

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Na Santini Longoni, todas as árvores que existiam na calçada foram sendo cortadas nos últimos anos. A última remanescente, que ficava na esquina com a Sete Povos foi cortada semana passada. É assim nesta Cidade dos Tocos. Simplesmente são cortadas as árvores.

Na Felipe Noronha cortaram imensas figueiras que existiam em um terreno aparentemente pelo prazer de cortar. O local continua vazio, sem sinal de que irá ser realizada alguma obra.

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Em frente a Sulbra Multimarcas, foram cortadas todas árvores da calçada,tanto as da BR116 como as da Duque de Caxias. Sobraram apenas as belas espécimes que haviam no terreno. Menos mal.

Estes exemplos, em um pequeno espaço geográfico,de locais onde transitamos.Imagine-se o qye ocorre nos restante dessa cidade onde fica cada vez mais evidente a falta de interesse pelo bem comum.

SMAM – que belo exemplo!

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre realiza um trabalho de plantio de árvores na capital gaúcha digno de aplausos.  Qualquer pessoa isenta , mesmo desinteressada da questão ambiental, percebe os resultados dos esforços  desenvolvidos pela Secretaria. Novas mudas de árvores proliferam pela cidade.

Este exemplo deveria ser seguido pelas demais secretarias de meio ambiente do Brasil . A SMAM poderia espalhar mais placas indicativas de seu trabalho pela cidade, estimulando os prefeitos de outros municípios em visita a capital a seguirem seu belo exemplo. Em nome do bem maior que é o estímulo ao plantio de árvores, a pequena poluição visual causada por uma placa pode ser aceita.

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Quem convive diariamente com os efeitos nocivos de lugares onde impera o espírito Cidade dos Tocos não pode deixar de enaltecer o agir da SMAM de Porto Alegre, que representa uma reação em defesa do meio ambiente.

Cidade dos Tocos – avança na Dr. Barcellos

A rua Dr Barcelos foi alvo de postagem neste blog no mês de setembro de 2007. Naquela oportunidade mostramos a grande quantidade de tocos de árvores (18) existentes naquela rua de Canoas/RS . No entanto, os predadores são aparentemente insaciáveis e continuam agindo para aumentar os domínios dos tocos. Na altura do número 1000 daquela rua existia bela árvore na calçada. A árvore foi morta. O padrão foi seguido. Obra nova, morte da árvore que estiver na calçada. Novidade alguma. É o padrão  Cidade dos Tocos.

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Tópico relacionado

https://perspectivabr.wordpress.com/2007/08/26/a-cidade-dos-tocos-a-rua-dr-barcelos/

Cidade dos Tocos – continua avançando…

Canoas, região metropolitana de Porto Alegre,  é cortada pela BR116, com o nome de Av. Getúlio Vargas  e o percurso  representa uma grande agressão ao senso estético. É feio, muito feio. Deprimentemente feio. Nada alegra os olhos ou alivia a sensação de se estar no meio do deserto  quando se trafega  pela Av. Getúlio Vargas ou se  caminha pelas  calçadas que a margeiam. E além de agressão ao senso estético o trecho representa uma grande agressão à saúde pela poluição tanto sonora como visual e a causada pelos gases emitidos pelos veículos sem que tenha  no trajeto número expressivo de árvores para amenizar este impacto. Aliás existem pouquíssimas árvores e mesmo assim permitido o corte de três delas  há poucos dias no trecho situado entre a rua Duque de Caxias e Dona Rafaela. Resolveram demolir  prédio que existia em terreno situado na esquina da Duque de Caxias com a Getúlio Vargas, ao lado da Nissan Sulbra, e para não perder tempo cortaram as árvores que eram de toda comunidade. Cortaram três árvores que representavam altíssimo percentual verde em uma via onde praticamente não tem vegetação. 

 

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Três tocos em seqüência. Reparem o “belo” aspecto que tem o trecho. Não se iludam com a sombra. Ela é de uma árvore que está dentro do terreno. Se foram cortadas as do passeio, que eram da comunidade, resta pouca esperança para a da área interna.

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Do poste até o telefone público foram três árvores cortadas. Ficaram os tocos. Talvez estivessem atrapalhando a remoção de entulhos. Mais fácil cortar e pronto. É impressionante. Corta-se árvores indiscriminadamente em Canoas. Quando não é o poder público que promove os cortes  são os particulares sem nenhum tipo de receio de repressão oficial. E a Cidade dos Tocos avança sem freios.

Pra não dizer que não falei de flores

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A beleza das árvores acima está na Gal Salustiano em Canoas. E pensar que tem alguns que preferem cortá-las, deixar a calçada sem vegetação ou plantar aqueles que parecem ser a nova moda dos arquitetos: coqueiros ou palmeiras. Incompreensível.

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E esta? Graças ao bom gosto de moradores da Fernando Anatoli que tem a iniciativa do plantio e cuidados, somos brindados com estas imagens.

Cidade dos Tocos – Sem limites geográficos

Como enfatizamos ao tratar da Cidade dos Tocos, ela não conhece limites geográficos. Sua existência depende apenas de administradores públicos descompromissados com o bem estar da população .

Tramandaí é a praia mais procurada pelos gaúchos no verão. Sua população fixa de aproximadamente 40 mil pessoas passa a ser dez vezes maior durante os meses de janeiro e fevereiro. Este aumento populacional acarreta também aumento de circulação de veículos . E aumento de circulação de veículos acarreta aumento de monóxido de carbono no ar e outros gases . E, como todos sabemos, as árvores conseguem diminuir os efeitos nocivos dessas emanações. Seria natural, portanto, que a cidade tivesse a preocupação de aumentar o número de árvores nas vias públicas para minimizar os danos causados.

No entanto as ruas de Tramandaí apresentam uma escassez preocupante de árvores. Elas simplesmente não estão presentes nas vias públicas. E as mais diversas espécimes adaptam-se perfeitamente ao litoral, já nos pátios das residências pode-se ver árvores plantadas. Nas calçadas é raro ver-se uma árvore e  nas ruas onde  existem prédios e   casas comerciais em maior número, como por exemplo a Av. Emancipação e  Av.Fernandes Bastos,   é insuportável o cheiro proveniente das emanações dos veículos. Isso porque nessas ruas não tem árvores em pátios para amenizar a situação.

Constatamos corte de diversas árvores no imenso canteiro divisória que existe na Av. Ubatuba de Farias. O resultado é uma avenida com aspecto medonho. Simplesmente não existem árvores. Paisagem de deserto. E tem potencial para ser uma via  maravilhosa, com um amplo canteiro  que não é explorado como poderia.    

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Aspecto desolador na Ubatuba de Farias

Na av. Fernandes Bastos foram plantados canteiros com flores resistentes ao sol.  No entanto em  toda extensão da avenida  somente é possível encontrar árvores na última quadra. No restante do trajeto parece uma cidade no deserto. Acredito que na prancheta do projetista o resultado final deve ter ficado bonito. As flores realmente são belas. Mas o que os projetos não podem transmitir é a sensação que o transeunte tem ao passar pela via após a concretização do que era apenas um desenho.  O calor que sente-se ao transitar por uma via pública sem árvores, o insuportável cheiro decorrente da poluição dos carros, nada disso aparece na mesa do projetista. E talvez por isso as árvores sejam esquecidas nos projetos.

 

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A inóspita Av. da Igreja
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Av. Beira Mar

Incompreensível que os responsáveis pela administração de Tramandaí não percebam a  necessidade de adaptar a cidade para a ” invasão” de verão também no quesito ambiente.

 

Cidade dos Tocos- ponto turístico

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Uma praça em Bagdá, após atividades de guerra? Não. Rua Victor Barreto, em Canoas-RS, centro da cidade, ao lado de um dos seus ” pontos turísticos”, isto é, Fundação Cultural. O local foi , anos atrás, remodelado com proteção para as árvores existentes no local  e colocação de bancos para a população aproveitar a sombra proporcionada pelas mesmas. Há 15 dias foi realizado corte da árvore e ao que parece a fúria voltou-se também contra os bancos.

 

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Certamente haverão explicações técnicas de costume – a árvore prejudicaria calçamento, muro do trem, etc. – . Nessa linha de raciocínio, em zona urbana nunca poderão haver árvores, porque elas têm o péssimo hábito de ter raízes e na Cidade dos Tocos isso não é aceito. Em outros locais são buscadas alternativas, substituição de espécime, etc. Na Cidade dos Tocos corta-se e pronto. E fica o desolador aspecto que a Victor Barreto apresenta: uma rua medonha.

No local onde está situada a FCC ,sobraram duas árvores, por enquanto. Na calçada oposta, em frente a um estabelecimento de ensino, toda a quadra não tem sequer uma árvore. O caminhante percorre o trecho em meio à poluição, cercado de concreto por todos os lados, sem o alívio proporcionado pelo verde. Aliás, dizermos que não existe uma única árvore não é bem verdade. Tem uma, judiada, podada ao extremo,  que é usada como suporte para latão de lixo.  Na quadra anterior também tem uma. Olhem a felicidade do vegetal com as podas realizadas de maneira a provocar sua morte o mais breve possível. Duas quadras no centro com duas árvores.

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 A Victor Barreto apresenta uma sucessão de tocos. Na quadra em frente à praça chegam a ter quatro em sucessão. Ah bem, mas tem uma praça do outro lado. À frente da FCC, os tocos são tantos que precisariamos utlizar todo espaço da página para mostrá-los.

Os tocos evidenciam que a Cidade dos Tocos nem sempre mereceu este título. Se há tocos, é porque já existiram árvores, dando sombra e frescor para os habitantes da hoje inóspita cidade. 

Mas poderia ser diferente.Bastaria repor as árvores que, por necessidade imperiosa tivessem de ser removidas, por outra. Sem grandes custos, grandes planos, grandes projetos. Uma pá e uma muda. Normalmente é feito o contrário. Destruição, descaso,  e depois grandes investimentos para consertar o que foi estragado.

É fator de irritação andar pelas ruas de Canoas.

Cidade dos Tocos- Nem mudinha deixam viver

Moradores da rua  Irmão Fernando Anatoli , em Canoas, plantaram  mudas de árvores ao lado da calçada da praça que fica no local. Todo trajeto  não tem sequer uma árvore.

Realizado o plantio, cercaram as mudas com pedaços de madeira e passaram em volta fitas brancas, para protege-las do vento e prevenir os responsáveis pela manutenção da praça da existencia da planta.

Quanto ao vento a providência revelou-se eficiente. A mudinha crescia, sendo regada diáriamente. No entanto,  os funcionários contratados pela Prefeitura Municipal para realizar a limpeza  da praça, ignoraram totalmente os evidentes sinais da existência da planta e sem nenhum tipo de cuidado passaram a máquina , arrebentando as fitas e a árvore.

O pé de ipê rosa foi dilacerado. Todo um trabalho de obtenção de muda, aquisição de terra adequada, plantio, regas diárias  e a expectativa de ver crescer a árvore  foi destruído pela atitude insana de contratado pelo poder público.

Será que o Ipê rosa representava algum risco? Porque essa é a explicação da moda na Cidade dos Tocos. 

É revoltante.

 

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As fitas que protegiam a muda foram cortadas pela máquina, assim como a planta.

 

Cidade dos Tocos- luta de todos

Enviamos mensagem eletrônica para o professor Marco Rosa, diretor da SEMPA-Canoas, com o seguinte teor:

Agradecemos sua manfestação em nosso Blog e aproveitamos seu interesse pelo tema para solicitar informações quanto as demais matérias veiculadas na Série Cidade dos Tocos. Iniciamos a série eis que preocupados com o que consideramos uma tendência em nossa cidade de ocorrerem cortes de árvores. A cada nova construção a primeira providência parece ser a retirada da árvore que existir na calçada. A série já tratou do problema nas ruas Dr. Barcellos, Pedro Weingartner, D. Rafaela e Gal . Salustiano. Fica a dúvida sobre se o SEMPA tem conhecimento desses cortes e se os autoriza.Nem sempre são ligustros.E mesmo quando o sejam o correto não seria o plantio de outra árvore no local? Assim se evitaria trajetos sem sombra e sem presença das árvores para amenizar a poluição. Além disso, constatamos os cortes feito pelo AES SUL , aparentemente sem restrições.Esta prática da AES SUL é autorizada pelo SEMPA? Realizar corte de árvores quando poderia ocorrer a poda para protger os fios? A figueira que retratamos no Blog teve sua ” poda” autorizado por esta Secretaria? A árvore localizada no Jardim do Lago, que foi mutilada pela AES SUL da mesma forma.A ação da AES SUL é livre ou existem critérios a serem seguidos? Agradecemos a atenção que for dada a esta mensagem.

O diretor da SEMPA nos enviou rápida resposta.

Caro Ambientalista Realmente a AES SUL têm feitos alguns cortes indiscriminados, tenho em minha mesa alguns processos os quais já resultaram em multa contra a AES SUL, estamos trabalhando para que ocorra uma compatibilização melhor entre as árvores e a rede elétrica. Por vezes o pessoal da AES é afoito e corta sem autorização, neste sentido tenho recebido denuncias inclusive com fotos e sempre que ocorre, determinamos que a fiscalização tome as providências de oficio em cumprimento da LEI 4328/98 Código Municipal do Meio Ambiente. Mas, somos apenas 3 fiscais, certamente poderemos contar com este Novo Grupo de Ambientalistas para nos dar suporte oferecendo denuncias para que possamos autuar tais infratores na forma da Lei. Quanto as árvores que a própria SEMPA corta, muitas vezes são por extrema necessidade de fluxo de trânsito local, por problemas de Segurança Pública, outras pela presença de parasitas, algumas com estado fitossanitário deplorável, e sempre, reafirmo sempre a pedido da comunidade e com o aval do Engº Agronomo Fernando Ferrari, responsável pela parte de Arborização da Cidade de Canoas. Quanto as figueiras, de acordo com a legislação elas podem ser podadas, mas, somente com o devido processo com argumento de um técnico, referindo-se ao porque do ato e com a ART do técnico responsável. Sobre o caso em epígrafe encaminharei para que a Chefe da Fiscalização investique o ato e se não estiver dentro das normas tomaremos as providências nos próximos dias. Espero ter colaborado e me coloco à disposição para dirimir dúvidas. Deixo o convite para os senhores participarem a partir de Janeiro da Novena de Nossa Senhora dos Navegantes Defensora das Águas, que ocorre na Paróquia Imaculada Conceição com Romaria, pois o tema tem sido “Em defesa do Meio Ambiente” o Coodenador é o Padre Eduardo da Paróquia, além dos católicos participam as Religiões Africanistas, ONGS, entidades de classe, prefeitura e a comunidade en geral. Sucesso, continuem na luta!

 Marco Rosa

Fica evidente a necessidade da participação da comunidade para que a predação do meio ambiente seja contida. Se não for possível participação em entidades voltadas para a defesa ambiental, basta o interesse. Na rotina do dia a dia , se estivermos atentos, flagraremos as agressões e devemos denunciá-las. Em defesa de nós mesmos, de nossa qualidade de vida, devemos combater o avanço da Cidade dos Tocos, seja qual for sua localização geográfica.

O Blog Perspectiva continuará fazendo sua parte,denunciando e apoiando atitudes  que ajudem a conter as agressões.

Cidade dos Tocos- Ainda resta uma esperança

Sábado pela manhã de um feriadão. O que parecia ser uma simples saída para resolver assuntos rotineiros transformou-se em uma bela surpresa. Ao transitar pela Av. Guilherme Schell, altura da Araçá, em Canoas,encontramos um grupo de pessoas de várias  idades, envolvido em uma atividade um tanto incomum  na Cidade dos Tocos: plantar árvores.

A ONG  PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ARAUCÁRIA, presidida por Ronaldo Venhofen, recebeu 80 mudas de árvores  como Araçá, Pitangueira e Palmeiras da Secretaria de Preservação Ambiental – SEMPA- e, com auxílio de estudantes voluntários do Curso Técnico de Meio Ambiente do IPUC,  realizou o plantio no trecho compreendido entre o Viaduto da Metrovel e Araçá.

Ronaldo revela ter interesse pela luta ambiental há vários anos, havendo participado da Associação Canoense de Proteção ao Ambiente Natural- ASCAPAN. A ONG fundada por ele terá brevemente uma página na Internet como forma de possibilitar a participação de mais interessados.

 Sintetiza o que considera sua missão e de seus companheiros com a seguinte declaração:

“A luta por um mundo melhor é nossa principal diretriz. Nos momentos difíceis dessa missão procuramos ser como a araucária que, com a chegada do outono e até mesmo no inverno quando há neve, se mantém verde, intacta e após ser dobrada pelo vento gelado da serra, ergue-se altiva para ser desejada pelo sol” .

Esperamos que se dissemine esta  mentalidade que faz pessoas dedicarem parte de seu tempo para auxiliar na preservação ambiental.

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Às margens dos trilhos do Trensurb voluntários trabalham por uma cidade mais verde

 

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                                                                      Mais uma árvore plantada!

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      Membros da Org. de Pres. Ambiental Araucária após cumprir a missão do dia . 

– CIDADE DOS TOCOS- Nem figueira escapa

A AES SUL perdeu completamente o senso de limites. No afã de ” preservar seu patrimônio” , qual seja, os fios de luz,  corta indiscriminadamente árvores na cidade. E não se contenta  em podar os galhos mais altos que possam atingir os fios. Corta troncos inteiros, deixando o espécime vegetal propenso a adquirir doenças.

Na Liberdade, esquina Antonio Fonseca Barcelos, em Canoas,antiga e frondosa figueira  foi também vítima da poderosa companhia.  As fotos abaixo chegam a ser revoltantes.

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CIDADE DOS TOCOS-NOVA VÍTIMA

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A AES SUL  parece entender que as árvores das ruas da cidade de Canoas podem ser objeto de depredação conforme aprouver à poderosa Companhia. Realiza podas agressivas sob alegação de estar protegendo seu patrimônio (fios de luz) . Mesmo sendo compreensível que as podas sejam realizadas para evitar danos à rede elétrica , as mesmas devem ser realizadas de forma não agressiva e dentro do estritamente necessário. Não é o que acontece. Árvores tem galhos cortados muito além do alcance da rede.

Na praça situada  na rua Irmão Leão,  esta semana, a Companhia atacou novamente. A praça  foi ” adotada” pelos moradores, que ali realizam plantio de mudas, rega e conservação. A AES SUL resolveu cortar os galhos de bela e frondosa árvore junto ao tronco. As fotos abaixo mostram a violência realizada. A poda poderia ter sido realizada apenas nos galhos superiores , de forma leve, com o mesmo resultado de proteção aos fios. No entanto, a árvore foi mutilada na base.

Mesmo em locais onde a população está consciente da necessidade de preservação ocorre este avanço da Cidade dos Tocos. O poder de uma empresa concessionária de serviço público é exercido de forma arbitrária.

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PEDRO WEINGARTNER- estética abalada

A rua de Canoas, que tem o nome de um dos maiores pintores brasileiros, cujas obras retratam tanta beleza, não condiz com o homenageado e apresenta atualmente um aspecto desolador quando nela ingressamos . Ou talvez o objetivo seja homenagear apenas a obra “A Derrubada ” do artista. 

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Nem sempre foi assim, mas com a derrubada ou  retirada de praticamente toda a vegetação que existia no terreno situado na esquina com a Guilherme Schell ficou escancarada a falta de arborização naquela quadra. Até a esquina com a Guilherme Morsch não existe uma única árvore. As espécimes que se vêem na foto abaixo estão situadas no referido terreno. Provavelmente também serão derrubadas em futuro próximo.  Nas calçadas, nada. Outra insuportável rua para se transitar no verão. Como comparação, podemos observar a beleza da rua Guilherme Morsch com suas árvores frondosas,  esquina com a inóspita Pedro Weingartner.

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No Dia da Árvore, a imagem da beleza que representa uma rua arborizada sirva de estímulo na luta para evitarmos que  avance a Cidade dos Tocos, seja qual for sua localização geográfica. 

Dona Rafaela- uma rua feia

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Uma cidade no meio do deserto? Não mesmo: é Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As únicas árvores são as que aparecem nos pátios

Quem desce da passarela na rua Dona Rafaela até poderá ter a ilusão de que irá adentrar em uma rua aprazível. A entrada pela av. Getúlio Vargas tem várias    árvores na calçada. A ilusão no entanto logo se desfaz. O restante do trajeto do infeliz caminhante  será feito sob sol sem o alívio de sombra. Em ambos os lados da rua foram arrancadas e cortadas as árvores existentes. Pode-se perceber onde estavam pelos quadradinhos nas calçadas. As mais recentes mutilações ocorreram em duas espécimes  em frente a um antigo armazem . Na Dona Rafaela é mais fácil contar as árvores que sobraram do que os tocos. Ali elas já são minoria. No trecho da passarela até a Liberdade, com exceção das mencionadas no início existem apenas duas árvores, sendo uma delas pouco mais do que um arbusto. Acreditem, é insuportável transitar por ali no verão. Além do mais a rua tornou-se muito feia e sem graça.

 

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   As mais recentes vítimas

Primavera se anuncia na Cidade dos Tocos

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Apesar dos grandes esforços feitos em Canoas  para ampliar a Cidade dos Tocos, existem locais onde ainda pode-se apreciar a exuberância da natureza. Na Av. Inconfidência colhi a foto que ilustra a página. Sua visão nos renova o ânimo de continuar a lutar pela preservação.

A Cidade dos Tocos – GAL. SALUSTIANO- Uma rua em devastação

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A rua Gal. Salustiano era uma das mais arborizadas da cidade . O crescente desenvolvimento comercial e de serviços da área têm provocado novas construções em ritmo acelerado. E, ao que parece, arquitetos não são apreciadores de árvores. Em frente a praticamente todas as novas construções são arrancadas as árvores existentes . O prédio situado na esquina com a Dna Rafaela é um exemplo dessa tendência predadora: nenhuma árvore em toda calçada. Ali nem os tocos sobraram. E não precisa ter mais de dez anos para lembrar que aquele trecho era bastante arborizado. Exceção à regra é a calçada em frente à Contabilidade Pompermayer. Houve a preocupação em plantar mudas de árvores, o que certamente proporcionará alívio aos transeuntes nos dias tórridos de nossos verões.A esquina com a Santos Ferreira teve a mutilação mais recente. Duas belas árvores foram cortadas na manhã do sábado passado, em meio à chuva torrencial. Nada impede os predadores da natureza. Fosse para plantar o mau tempo talvez fosse alegado como  empecilho. Semana que vem mais uma rua da CIDADE DOS TOCOS.

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A Cidade dos Tocos – Uma Canoas sem Sombra: A Rua Dr. Barcelos

Na principal avenida comercial da cidade de Canoas, região metropoilitana de Porto Alegre, nossa base territorial por enquanto, é onde começamos nosso trabalho. Algo lógico, já que por ela que boa parte dos canoenses transita quando procuram lazer. E a situação é assustadora.

A rua Dr. Barcelos, por sua natureza, possui um florestamento muito grande. Ainda o tem. Porém, o número está diminuindo drasticamente. No trecho que corre do viaduto e vai até o Canoas Shopping encontramos 18 tocos de árvores. Na calçada de frente de quase todas as construções recentes encontramos tocos ou a ausência até mesmo deles. Na calçada lateral do Carrefour que vai em direção ao Shopping não há sequer uma árvore. Uma lancheria em frente à rua Lenine derrubou duas espécies na sua fachada. O prédio ao lado, mais duas.

O que nos leva para a pergunta: será uma norma derrubar a árvore defronte à nova construção? Obviamente não, e como prova temos a Academia Mapi, que conservou o florestamento em frente de sua sede.

Abaixo, seguem fotos da rua:

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Calçada em frente à rua Lenine Nequete

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Esquina com a rua Araçá